O sertanejo está passando por uma nova experiência em sua vida: ser ator. Porém, esta nova empreitada em sua vida não tem sido tão fácil. Daniel aceitou participar de um filme e de uma novela, O Menino da Porteira e Paraíso, respectivamente, ambas produções que ainda não estrearam, mas que prometem muitas emoções para seus fãs, que estão acostumados a ver o cantor somente nos palcos. Em ambos os trabalhos, ele faz personagens de boiadeiros: no longa, é Diogo, e no folhetim, Zé Camilo. Mesmo com histórias diferentes, os dois papéis têm a música em comum com seu interprete.Daniel está divulgando o longa e gravando o remake da trama de Benedito Ruy Barbosa, que o convidou para fazer o papel que, na primeira versão, de 1982, foi de Sérgio Reis. Ao mesmo tempo, ele ainda se divide para manter sua agenda de shows. Com um período dedicado às atuações, o músico admitiu ter tido dificuldade com as cenas com grande carga emocional, mas admite que teve ajuda de José de Abreu, que também está no elenco de O Menino da Porteira. O veterano ator orientou o cantor durante as filmagens, mostrando-se bastante acessível. Além dos imprevistos nas locações e o medo de que não pudesse cumprir com as datas, já que a estreia do filme, em 6 de março, será próxima da novela, Daniel conseguiu ajeitar a programação e, em breve, poderá ser visto na televisão e no cinema.-Você sentiu alguma diferença entre fazer cinema e televisão?- A novela é muito recente, é precoce, somente gravei cinco ou seis cenas no Mato Grosso, e na próxima semana vamos para o interior do Rio de Janeiro continuar as gravações, então ainda não tive muito contato. Pelo que percebi, o cinema é muito diferente, o tempo é menor, você tem apenas cerca de 1h40min para contar a história, enquanto na novela você tem meses para fazer o personagem.- Você recebeu dicas dos outros atores que atuaram com você?- O Zé (José de Abreu) ajudou muito com as marcações de câmera e de luz, o posicionamento. Ele me deixou muito à vontade, me deu condições de interpretar com ele. Foi um desafio pelo grande ator que é. Ele é muito fascinante, uma pessoa muito querida e acessível. Todos nós do elenco formamos uma família nas gravações do filme.- Qual a sua maior dificuldade no filme e na novela?Interpretar é muito difícil. Os momentos de drama são os cruciais, o desespero, a carga que o ator tem para demonstrar na tela são difíceis de se fazer.- No filme e na novela, você faz personagens que já foram do cantor Sérgio Reis. Você conversou com ele antes de fazer estes trabalhos? Recebeu alguma dica dele?- Conversei com ele no decorrer das filmagens e em um programa de rádio, ele me parabenizou e me desejou boa sorte, mas não pedi ajuda nem dicas sobre os personagens, que, apesar de serem boiadeiros, são diferentes.- Tem algo de Daniel nos personagens?O gosto pela música. Eles gostam de cantar e tem a música como um ícone. É uma coisa em comum com o Daniel da vida real.- Nas locações para as gravações, entre um take e outro, aconteceu algo inusitado que tenha te surpreendido?- Tiveram duas cenas que me marcaram muito, que, com certeza, vou me lembrar sempre. Uma delas foi uma gravação com um touro e ele quase escapou. Haviam mais de 70 pessoas no set, que acho que também sempre vão se lembrar desse dia. E outra, foi quando tivemos a oportunidade de gravar em um cenário de celeiro, muito real. No lugar tinha muito pó, ficamos o dia inteiro gravando e aquela poeira depois fez mal para muita gente.- Você já fez algumas participações no programa A Turma do Didi. São diferentes os jeitos de atuar?- No Didi é outra linha, outra linguagem, tem mais brincadeiras. O Didi (Renato Aragão) te deixa muito à vontade, não que eu não me sinta bem no filme e na novela, mas é diferente, tem mais improvisos do Didi. Nesse programa tem responsabilidade, mas na novela e no filme são maiores.- Você recebeu o convite do Benedito Ruy Barbosa para fazer o remake de Paraíso. Você ficou nervoso ou com medo quando recebeu a proposta?- É uma responsabilidade muito grande. Tive medo das datas do filme e da novela, já que o filme estreia no dia 6 de março e a novela, no dia 13. É tudo muito em cima um do outro e, por serem tão próximos, fiquei com um pouco de medo, mas é um prazer fazer os dois boaideiros no filme e na novela.- Uma novela fica alguns meses no ar, como ficará a sua carreira de cantor neste período? Você irá parar um pouco com os shows ou irá manter o mesmo ritmo?- Não vou manter o mesmo ritmo, mas vou continuar com os shows pelo Brasil, só não sei de que forma, vou ter que ter um jogo de cintura muito grande.- A partir de agora, você pretende seguir a carreira de ator?- Atuar não é uma pretensão, mas se tiver a oportunidade de novo, vou sim. E se eu satisfizer o que o autor espera dos personagens, será ótimo.
